A escrita da vez é sobre o livro Cartas do Inferno de C. S. Lewis. Publicado pela primeira vez em 1942 Cartas do Inferno é um livro de ficção satírico, composto por trinta e uma cartas que foram endereçadas à um tipo de "tentador aprendiz"(Cupim), por seu tio Murcegão, uma espécie de "tentador mais experiente". As cartas foram escritas com a intenção de orientar tal aprendiz à como agir em relação ao ser humano, de forma que este(o ser humano) se distancie de Deus e de seus propósitos. O livro transmite o que o Inimigo deseja para nossas vidas, e almas, e do que ele é capaz de realizar para cumprir seus planos e nos confundir. Tendo sensibilidade, e fazendo a leitura com
humildade de coração, poderemos observar e entender qual mensagem o livro quer nos transmitir. O próprio Lewis escreveu no Prefácio: "O propósito do livro não é fazer especulações em torno da vida diabólica, mas sim lançar luz, partindo de um novo ângulo, sobre a vida dos homens." Acredito que Lewis escreveu com a intenção de nos alertar aos perigos que podem nos suceder caso sejamos influenciados por tais armadilhas e artimanhas. O intuito do Inimigo é agir diante de nossas fraquezas e limitações, e percebemos isso durante a leitura, que por sinal é bastante reveladora. Eis aqui uma boa indicação de leitura. Certamente este livro abrirá seus horizontes. Destaco algumas frases que despertaram minha atenção:
"Nenhum ser não criado existe além de Deus. Deus não tem nenhum ente que lhe seja oposto. Nenhum ser poderia jamais alcançar uma "tão perfeita maldade" que se pudesse opor à perfeita bondade de Deus."
(pág. 7)
"Há dois erros semelhantes e opostos nos quais nossa raça costuma cair em se tratando de diabos. O primeiro é não acreditar em sua existência. O segundo é crer e sentir um interesse excessivo e doentio por eles. Os diabos mesmo agradam-se de ambos os erros e saúdam com o mesmo deleite tanto a um materialista como ao feiticeiro." (pág. 21)
"Os seres humanos procuram dizer coisas com o intuito expresso de ofender e, não obstante, sentirem-se vexados quando é concretizada a ofensa." (pág. 38)
"Tudo nos homens oscila para cima e para baixo. Enquanto estiverem vivendo na terra, hão de alternar-se os períodos de riqueza e vivacidade emocionais e corporais com outros períodos de modorra e pobreza."
(pág. 61)
"É durante os períodos de depressão, muito mais do que nos culminantes, que o ser humano desenvolver-se-á para alcançar a estatura do que Ele(Deus) pretende." (pág.63)
"A leviandade fica a milhares de quilômetros da verdadeira alegria: ela embota ao invés de aguçar o intelecto, sobre não produzir quaisquer estímulos à afeição entre os que se lhe desleixam." (pág. 80)
"Os hábitos atuantes se robustecem mediante a repetição, enquanto que os hábitos passivos se enfraquecem pela continuidade." (pág. 91)
"A gratidão volta-se para o passado e o amor firma-se no presente enquanto que o medo, a avareza, a sensualidade e as ambições olham em direção do futuro." (pág. 101)
"Os homens não se irritam só por causa da infelicidade que lhes sobrevenha, mas sim por causa da infelicidade considerada como dano acarretado a seus interesses." (pág. 133)
"Para que o homem se degenere enorme e irremediavelmente é inevitável que seja portador de alguma virtude." (pág. 180)
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